Luiz Gonzaga foi um sábio que soube ler a vida com ternura através de uma sabedoria poética, intuitiva, “não existe caminho, o caminho se faz ao caminhar” foi fazendo a travessia pelo sertão da infância, da memória e da cultura de um povo, que ele projetou no imaginário do leitor/ouvinte as cores locais e a poesia de uma paisagem cheia de magia e contradições.
A imagem do sertão criada pelas poesias musicais de Luiz Gonzaga traz em si, por dentro e por fora, as marcas do processo colonizador, revelando os signos da cultura brasileira num código linguístico que recupera uma tradição luso-brasileira sob um novo matiz da realidade nacional, ampliando o imaginário dos nossos leitores.
No sentido popular, o sertão é o lugar do outro que, no deslizamento entre língua e linguagem, o geográfico se manifesta através do poético, dando lugar às melhores imagens criadas do sertão. Imagens que personificam a densidade semântica do Brasil.
O projeto poético-musical de Luiz Gonzaga em parceria com Humberto Teixeira e Zé Dantas nos remete a um sertão que transforma em poesia, gerando significações diversas, algumas vezes soa como música, outras, como tristeza, outras como resistência, como saudade, como mundo físico metafísico....
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