Cientistas da Universidade Adam Mickiewicz, na Polônia, acreditam que compostos presentes em vegetais como a batata, berinjela e tomate podem ser usados para combater alguns tipos de câncer e evitar os fortes efeitos colaterais do tratamento com quimioterapia.
A equipe de Magdalena Winkiel, principal autora do estudo, analisou evidências de testes in vitro e em organismos vivos para entender os benefícios dos glicoalcalóides – compostos abundantes na família de plantas Solanaceae, que inclui os vegetais. A pesquisa se concentrou em cinco glicoalcalóides específicos: solanina, chaconina, solasonina, solamargina e tomatina.
Os resultados foram publicados na revista Frontiers in Pharmacology nesta quarta-feira (7/12). Os pesquisadores acreditam que, no futuro, eles podem ser usados para o desenvolvimento de remédios contra o câncer.
“Esses metabólitos secundários de plantas têm potencial para se tornarem novos fármacos para o tratamento de tumores, pois atuam em diferentes linhagens de células cancerígenas, mesmo em baixas concentrações”, afirmam os autores do estudo.
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Substâncias promissoras
Os cientistas descobriram que a solanina tem potencial para impedir que produtos químicos cancerígenos se transformem em carcinógenos no corpo. Alguns estudos mostraram que pequenas doses de solanina direcionadas a células de leucemia podem matá-las.
A chaconina, por sua vez, tem propriedades anti-inflamatórias e poderia ser direcionada para o tratamento da sepse, uma doença grave desencadeada por uma inflamação que se espalha pelo organismo após uma infecção, levando à queda da pressão arterial e falência de órgãos, por exemplo.
A solamargina age impedindo a reprodução das células cancerígenas do fígado e também tem efeitos fungicidas. A solasonina parece agir de maneira semelhante. Já a tomatina é uma substância biologicamente ativa e, além de suas propriedades anticancerígenas, tem atividade fungicida e antibiótica, e efeitos anti-inflamatórios.
Os pesquisadores esclarecem os estudos estão em estágio inicial e ainda não há pesquisas que mostrem como eles podem combater o câncer em células humanas. Mais testes são essenciais para esclarecer esta relação.
FONTE/CRÉDITOS: Metrópoles
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