O IDEB (Índice de Desenvolvimento Humano) foi criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – MEC, com o objetivo de medir a qualidade do aprendizado do ensino básico no Brasil.
O IDEB é calculado a partir dos resultados das avaliações Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e da Prova Brasil e dos índices de evasão escolar de cada turma, não sendo possível identificar o resultado individual das avaliações; as avaliações acontecem a cada dois anos, em todas as unidades escolares brasileiras.
Os alunos são avaliados nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, e as notas variam entre 0 e 10.
A meta nacional e que todas as escolas brasileiras atinjam a nota 6 no Ensino Fundamental Séries Iniciais. Passando assim a ser consideras escolas de qualidade em comparação as escolas bem-conceituadas de outros países. Nos outros níveis de ensino (Ensino Fundamental Séries Finais e Ensino Médio) as metas são menores.
Conhecer o nível de aprendizagem de uma Escola, uma Cidade, um Estado ou mesmo do Brasil, serve para identificar como está o processo educacional da unidade escolar e de uma região, quais os pontos fortes e pontos fracos e definir ações dentro da unidade escolar e ou uma política pública que possa alterar nos anos seguintes os resultados alcançados pelos resultados desejados. Esse sistema não pode ter como prática glorificar ou demonizar as escolas participantes, essa atitude de comparação é extremamente danosa ao sistema.
Muitas vezes em um mesmo municípios as notas das escolas são muito diferentes, isso reflete a realidade que cada escola encontra no seu dia a dia, e é a partir destes resultados que os profissionais da educação precisam se ater.
A responsabilidade de melhorar os Índices do IBED, não é apenas da equipe escolar, mas sim de toda a comunidade escolar: pais, alunos, professores, gestores e do entorno, bem como os dirigentes de ensino que junto aos órgãos públicos, precisam identificar os problemas de cada unidade e traçar programas e ou políticas públicas que ajudem as equipes escolares a solucionar a deficiência. Como por exemplo: Se determinada escola apresenta um baixo índice nos resultados da avaliação de matemática, a secretaria de educação pode criar cursos que qualifique os professores de matemática de uma forma mais adequada, bem como proporcionar cursos para os professores de outras disciplinas que possam contribuir com a aprendizagem de matemática. Geografia trabalhar gráficos; História trabalhar números romanos, séculos, etc., assim a aprendizagem de conceitos matemáticos e as responsabilidades se ampliam por todo o grupo de professores.
Quando se avalia os resultados do IDEB, é importante fazer a autocrítica da equipe pedagógica. De que forma ela conseguiu ou não intervir de forma positiva no processo ensino-aprendizagem. Melhorando assim as pautas para as reuniões pedagógicas e para a formação continuada dos professores, que é essencial para a melhora da qualidade de ensino.
Se o problema do baixo índice do IDEB está relacionado a questões sociais, o Estado e ou Município precisa urgentemente proporcionar condições para que haja avanços educacionais nas unidades escolares que apresentaram o problema. Como por exemplo: reforço escolar, cursos para professores, etc e políticas públicas alinhadas a promoção social e a geração de renda que devem estar na pauta e no olhar dos governantes, bem como a valorização do professor, garantindo salários adequados e planos de carreira que motivem a permanência e qualificação dos profissionais da educação.
A Escola pode e deve melhorar seus índices, a partir do que ela tem em suas mãos, a partir do que ela tem acesso e condições de mudar, ou seja, a Escola não pode definir que o Estado ou Município proporcione um curso de Matemática para seus professores, isso não impede que a própria escola, proporcione estudos de matemática para a sua equipe de profissionais. Ela não pode decidir que haverá curso de motivação para a leitura, mas pode criar projetos dentro da escola que valorize a leitura.
Uma forma concreta de mudar os resultados do IDEB é realizar a Avaliação Institucional anualmente e tê-la como base de apoio para as propostas e metas construídas de forma coletiva com o objetivo de elevar os resultados do IDEB seguinte.
Existem algumas propostas de Avaliação Institucional que abrange as várias gestões dentre de uma unidade escolar, como a gestão participativa, a gestão pedagógica, a gestão financeira, a gestão de pessoas, etc.
Quando a escola se une com pais e alunos e faz uma radiografia real da escola naquele momento, identifica suas falhas, seus pontos fortes, e junto a isso consegue identificar o nível de aprendizagem, como base nas avaliações externas e internas, e evasão dos alunos, cria as condições ideais para as mudanças. Esse momento pode ser o ponto da virada.
Entender exatamente como a escola está, e definir como ela deverá estar nos próximos meses e ou anos, trará a toda a comunidade metas claras e possíveis.
Cada meta precisa ser colocada no papel de forma objetiva, identificando quem serão os atores e quais os prazos previstos para a realização das ações possibilitando assim atingir as metas, e como será o passo a passo do processo.
O compromisso dos envolvidos precisa ser real e motivador, bem como as metas devem estar claras para serem executadas por todos.
Neste processo deve haver momentos de paradas periódicas para avaliação e correção de rumos, observar mudanças ocorridas a partir das ações que foram realizadas, e mudar as ações e os rumos quando houver necessidade.
Esse é um processo que parece muito simples, e é, porém, ele só acontecerá quando a escola acreditar na gestão participativa e democrática e estar disposta a junto com a comunidade transformar a educação daquela unidade escolar.
Esse é um excelente momento de iniciar esse processo. Estamos no início do ano 2022 e logo sairá o resultado do último IDEB. O momento é propício para a virada na qualidade da educação.
Silvana Barboza
Mestre em Políticas Públicas; Especialista em Gestão; Pedagoga; Professora de História e estudante de Neuropsicopedagogia
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