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Quinta-feira, 28 de Marco de 2024
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Registros mostram 400 filhas pensionistas de militares como sócias de empresas milionárias

Sócias de empresas com capital social acima de R$ 1 milhão, 400 mulheres recebem pensões por serem filhas solteiras – ao menos no papel – de militares

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Por Portal Correio do Agreste
Registros mostram 400 filhas pensionistas de militares como sócias de empresas milionárias
Registros mostram 400 filhas pensionistas de militares como sócias de empresas milionárias. Foto: Reprodução
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Sócias de empresas com capital social acima de R$ 1 milhão, 400 mulheres recebem pensões por serem filhas solteiras – ao menos no papel – de militares no Brasil. No total, a União pagou R$ 3,62 milhões para essas beneficiárias em fevereiro deste ano, último mês com dados disponíveis sobre o pagamento aos pensionistas militares no país

Sócias de empresas com capital social acima de R$ 1 milhão, 400 mulheres recebem pensões por serem filhas solteiras – ao menos no papel – de militares no Brasil. No total, a União pagou R$ 3,62 milhões para essas beneficiárias em fevereiro deste ano, último mês com dados disponíveis sobre o pagamento aos pensionistas militares no país. Mantida essa média, em um ano, R$ 43 milhões seriam desembolsados pelo governo apenas para esse grupo. Em 2020, foram destinados R$ 19,3 bilhões para todos os grupos de dependentes de militares. Cada uma das beneficiárias recebeu, em média, R$ 9.052,06 em fevereiro. A maior pensão paga dentro desse grupo pertence a Janette Braga Sampaio de Queiroz. Viúva e filha de militar, ela acumula os benefícios e recebeu R$ 36.198,18 brutos. Janette aparece como sócia na Laq Participações LTDA, empresa baseada no bairro do Leblon, na cidade do Rio de Janeiro, que consta com capital social de R$ 2,8 bilhões. Além dessa empresa, ela é sócia de outras 11 com capital social menor. Um pedido de contato com Janette foi enviado ao e-mail registrado junto à Laq Participações LTDA, mas até a publicação desta reportagem nenhuma resposta foi dada. Realizada pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, a análise contou com o cruzamento de duas bases de dados públicas: de pensionistas militares e de sócios de empresas brasileiras. Além dessa empresa, ela é sócia de outras 11 com capital social menor. Um pedido de contato com Janette foi enviado ao e-mail registrado junto à Laq Participações LTDA, mas até a publicação desta reportagem nenhuma resposta foi dada. Realizada pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, a análise contou com o cruzamento de duas bases de dados públicas: de pensionistas militares e de sócios de empresas brasileiras. Sócia da Repsol Sinopec Brasil, companhia de exploração e produção de petróleo e gás, Gilberta Maria Lucchesi é a proprietária da empresa com o maior capital social encontrado: R$ 13,3 bilhões. A reportagem tentou contato com a Repsol para conversar com Gilberta, mas a empresa afirmou não ter “autorização para fornecer informações a respeito”. Com a morte do pai, o coronel Menotti José G. Lucchesi, Gilberta recebeu, como benefício bruto mensal em fevereiro, R$ 11.529,20. Ela também é sócia de outras quatro empresas. O direito à pensão militar As pensões militares, presentes em todas as Forças Armadas do país, são regidas pela Lei nº 3.765 de 1960. Até 2001, o texto permitia que filhas recebessem pensões vitalícias de seus pais falecidos, independentemente de seu estado civil. A norma foi alterada por uma medida provisória no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), estipulando que os militares que optassem pelo benefício às filhas tivessem que fazer contribuição de 1,5% de seus vencimentos. Essa medida valeu até o fim de dezembro de 2020. Filhas que recebiam o benefício até a medida provisória continuaram a recebê-lo. As que ganharam o benefício após o período tiveram o direito adquirido pelos pais quando ainda estavam em serviço e optaram pela contribuição extra. Para receber a pensão, a condição financeira de filhas de ex-combatentes não interfere no recebimento de pensões, mas já foi alvo de processos na Justiça. M.C.A. B., filha solteira de um militar, venceu na Justiça o direito de receber o benefício. Ela teve a pensão suspensa em 2017, por ser microempreendedora individual em 1997 e 2000. Janette e Gilberta, beneficiárias mencionadas nesta reportagem, foram procuradas, mas não responderam. O espaço segue aberto, e o texto será atualizado caso se manifestem.


FONTE/CRÉDITOS: Agora RN
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